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NOTÍCIAS

01-12-2011

Razões para mudar com o uso das TIC

Pare por um instante e pense há quanto tempo você ministra a mesma aula, exatamente da mesma forma, com os mesmos exemplos, ilustrações e provocações. É possível que a resposta seja há bastante tempo, em alguns casos, “anos”. Pois é… já pensou que os alunos que você tem hoje não são os mesmos de dois, três anos atrás? E que, principalmente, você e o mundo não são mais os mesmos? Ufa! Assim parece cansativo, né? E é, para os alunos e para você!

E por quê fazemos isso? Porque temos um certo medo de inovar, experimentar, buscar coisas novas. Afinal, existe aquele ditado: “Em time que está ganhando, não se mexe”. Mas será que esse time está ganhando mesmo? Será que os alunos estão ganhando? Será que eles não aprenderiam melhor de outra forma? Não se envolveriam mais com os projetos se fossem mais atraentes? É claro que inovar dá trabalho, pois envolve planejamento, novos aprendizados e uma saída da “zona de conforto”, como qualquer mudança que fazemos em nossas vidas. Mas o retorno de uma mudança, por menor que seja, na maneira de conduzir um projeto ou aula poderá surtir resultados inesperados e, muito provavelmente, estimulantes.

Conversamos com os educadores José Carlos Antonio, Cybele Meyer, Marli Fiorentin, Paloma Machado e Eliane Candida Pereira, todos com grande experiência no trabalho com as TIC, que nos deram sugestões práticas para quem quer imprimir um estilo novo em seu cotidiano na escola. Faça a diferença em 2011!

Ideias para começar

Antes de mudar alguma coisa em sua aula, pense no objetivo que quer alcançar com ela. Não mude apenas por mudar, senão perderá o sentido. Reflita sobre como aquela alteração o levará a dar uma aula melhor. Feito isso, veja o que você precisa para levar a ideia adiante (aprender determinado software? Pesquisar sobre o assunto que quer introduzir?), e vá atrás. Trocar ideias com outros educadores, seja com colegas de escola ou em fóruns na internet, poderá ajudar nesse processo. Confira algumas dicas para começar:

- Ninguém consegue usar as TIC na educação com os alunos se já não as utiliza para si mesmo. Pesquise, descubra, experimente novas maneiras de fazer o seu trabalho usando as TIC. Participe de redes, aprenda sobre as ferramentas web 2.0 e como usá-las no seu trabalho. Use as TIC de verdade.

- Conecte-se e compartilhe: participe das redes sociais e procure se aproximar de outros profissionais da sua área. Entre em contato com eles e mantenha um diálogo que lhe permita “oferecer” e “pedir” ajuda sempre que precisar. O mundo mudou, agora os professores também aprendem uns com os outros!

- Esqueça os cursos de formação: aprender a aprender é o lema também para professores. Veja o que seus colegas estão fazendo; aprenda com eles; procure por boas experiências, copie, modifique; não tente reinventar a roda e nem procure por soluções definitivas ou mágicas.

- O professor deve sempre promover a educação por meio das oportunidades de aprendizagem, respeitando a individualidade dos alunos e da comunidade em que a escola está inserida e abolindo a aprendizagem massificada e sem significação.

Colocando em prática

Depois de refletir sobre o que quer aprimorar e buscar as ferramentas para concretizar as ideias, é hora de “botar a mão na massa”. Lembre-se: para inovar, não é preciso “reiventar a roda”. Pequenas mudanças de percurso já fazem toda a diferença e trazem frescor ao dia a dia.

- Reinvente suas próprias atividades e dinâmicas de aula. Você não precisa descobrir novos conteúdos curriculares ou novas teorias educacionais para usar as TIC, basta reinventar suas próprias atividades e dinâmicas sob uma nova ótica.

- Abra as portas para o uso das TIC como recurso educacional e possibilite mais agilidade para esta geração imediatista, mais autonomia para esta geração que sabe protagonizar sua aprendizagem e mais interação para esta geração que já nasceu se comunicando. Assim, o raciocínio crítico será desenvolvido e o aluno encontrará caminhos para resolver problemas e tomar decisões.

- No projeto que desenvolver, estimule que os aprendizes tenham problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem a produzir, mantendo as características de objeto sócio-cultural real. Incentive que a tarefa garanta a máxima circulação de informações entre os aprendizes. Por isso, as situações propostas devem prever o intercâmbio e interação entre eles.

Como envolver os estudantes

E agora? Será que a aula vai agradar? Como motivar os estudantes, fazê-los se sentirem pertencentes ao projeto? Não há fórmula mágica para isso, mas os especialistas sugerem que estratégias como manter os alunos desafiados e estimular a comunicação costumam trazer bons resultados.

- Quando os alunos são colocados como autores do seu conhecimento, sendo desafiados a realizar atividades que de alguma forma os ajudem a ter competências e habilidades para mudar  e melhorar a realidade que vivenciam, a motivação é maior. Uma forma muito interessante de realizar projetos e envolver os alunos é buscar boas parcerias com colegas da rede e realizar intercâmbios em que os alunos possam trocar ideias.

- O professor deve priorizar a interação do aluno com seus pares, do aluno com o professor, do aluno com o conhecimento e do aluno com os recursos tecnológicos. Também deve incentivar a autonomia para o desenvolvimento das competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas, além de propiciar a organização dos alunos por interesse e não só por idade, e assim promoverá a criatividade.

- Descubra o que seus alunos fazem na rede. Aproprie-se das ferramentas que eles utilizam (blogs, MSN, Orkut, Twitter, e-mail, games etc.), e incorpore-as ao seu planejamento de atividades.

- Reflita sobre sua prática e veja o que motiva os alunos, como eles aprendem melhor. Buscar temas que sejam do interesse deles é fundamental! Faça-os sentir que estão construindo conhecimento relacionado com seu cotidiano, de forma contextualizada.

- É preciso garantir que o processo parta de um bom desafio, de perguntas ou problemas a serem resolvidos, fazendo com que os alunos mobilizem os conhecimentos que já têm e motivem-se a buscar mais informações. Nesse contexto, é interessante promover o trabalho em grupos, com diferentes perguntas sobre um mesmo tema. Ao longo da sequência didática, é importante disponibilizar ou indicar diferentes fontes de informação, ajudando-os na seleção do que realmente precisam na web. Por fim, faz-se necessária a organização da socialização das informações pesquisadas e das conclusões dos grupos, utilizando, preferencialmente, diferentes suportes para a publicação.

Avalie seu projeto

Ao longo do projeto e ao seu término, é importante avaliar a atividade para que ele possa ser ajustado e aprimorado.

Não é possível avaliar o desenvolvimento de competências por meio de instrumentos concebidos para avaliar a assimilação de informações. Para avaliar competências, o principal instrumento é a observação. No entanto, a observação deve ser sempre acompanhada de um registro sistemático. O professor precisa ter ao seu alcance um instrumento prático de registro, que pode ser um caderno ou um documento eletrônico, ao qual pode recorrer sempre que necessário, inclusive durante o desenvolvimento das atividades com os alunos.

Além disso, a observação, enquanto instrumento de avaliação, não pode ser aleatória. São necessários foco e critério. Por isso, é indicado o uso de uma rubrica de avaliação, com indicadores e critérios de avaliação definidos para cada expectativa de aprendizagem.

A observação pode ser planejada para acontecer em alguns momentos específicos, e direcionada a alguns alunos específicos, ou pode acontecer sem planejamento prévio, em função de ocorrências significativas envolvendo situações de aprendizagem.

Outra característica da avaliação de competências é que ela dificilmente será adequada se for realizada apenas pelo professor. Envolver outras pessoas, inclusive os próprios alunos, no processo de avaliação, faz com que se torne mais significativa. Para isso, mais uma vez a utilização de uma rubrica de avaliação é bastante indicada. O uso de rubrica por todos os envolvidos no processo de avaliação de competências torna a avaliação mais consistente, objetiva e rigorosa.
Saiba mais sobre os entrevistados!

Cybele Meyer – Educadora, formadora de professores e blogueira
Eliane Candida Pereira – Formadora de educadores e orientadora pedagógica
José Carlos Antonio – Físico, professor, autor de material didático, formador de professores, trabalhando com o uso pedagógico das TIC e EAD
Marli Fiorentin – Professora de Português e Educação Infantil, especialista em Tecnologias em Educação, tutora EAD
Paloma Machado – Pedagoga, formadora de professores e mestranda