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NOTÍCIAS

18-01-2013

Especialista americano propõe em debate internacional que alunos aprendam fazendo

Na última terça-feira (15), ocorreu o debate-chat Só se aprende fazendo, com a participação do americano especialista em inteligência artificial e teoria da aprendizagem Roger Schank. O debate fez parte das atividades do quinto tema intitulado O papel do professor do Encontro Internacional de Educação 2012-2013, uma iniciativa da Fundação Telefônica Vivo com parceria executiva do Instituto Paramitas.  
A ideia do encontro virtual foi desenvolver o conceito de “aprender fazendo”, além de interar os educadores sobre as mudanças que devem acontecer no sistema educativo atual para que se possa integrar as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) com sucesso. O encontro virtual contou com a presença de mais de 90 participantes do mundo todo.

Schank conta que é contra a subdivisão do conhecimento em matérias, já que o conteúdo de algumas delas os alunos só conseguiriam aprender na prática. “As matérias que os  professores estão acostumados a ensinar poderiam ser importantes no século dezoito, mas agora já não são mais. Logo, deveriam ser retiradas da grade escolar. Não conseguimos realmente transformar algo prático em acadêmico. A Física, por exemplo, é uma matéria que se aprende repetindo, rompendo coisas, fazendo. Na Biologia, é necessário que o aluno tenha um conhecimento de si mesmo para compreender como funciona o seu corpo e as suas funções.”

O especialista também acredita que, apesar das escolas ensinarem o que já está previamente definido, elas devem deixar que os alunos aprendam o que desejam e os professores não devem impor suas escolhas. Afinal, nem todos os estudantes se interessam pelos mesmos cursos. Por isso, o objetivo de um ensino democrático é auxiliar os alunos em suas escolhas, motivando-os e fazendo-os pensar sobre o que querem investigar.

Seguindo a proposta do quinto tema do Encontro Internacional de Educação, o especialista deu o seu parecer sobre qual deve ser a função do docente. “Ele precisa saber ajudar os alunos, ao invés de ser somente um leitor de livros. Quando o estudante tiver um problema, ele deve ajudá-lo a resolvê-lo, avaliando e guiando o mesmo. Em um sistema tradicional, os educadores não têm liberdade para ensinar, mas no método de ensino democrático, existente em algumas escolas dos EUA, existe uma maior flexibilidade, com a qual os professores podem ajudar os alunos a produzir.”

Durante o debate, foi citado que o modelo democrático de educação também já é uma realidade em algumas escolas do Brasil. Nele, os alunos têm participação ativa no seu aprendizado, como os exemplos da EMEF Pres. Campos Salles, da EMEF Desembargador Amorim Lima, do  Instituto Lumiar e do Projeto Âncora  localizado em Cotia.

Dentro de um novo modelo de ensino, Schank vê a integração das TIC com bons olhos “Eu realmente acredito que as tecnologias são a solução. Até mesmo o aprendizado à distância está tendo mudanças com o desenvolvimento de novos softwares. De forma geral, eu critico o modelo de educação à distância, pois este dificulta o contato entre o estudante e o professor. Por outro lado, a internet é usada como um meio eficiente para as pessoas que não têm acesso às aulas presenciais. Por exemplo, uma pessoa que deseja estudar engenharia e por algum motivo não tem condições, pode fazê-lo por meio desta.”

(Por: Mauro Castro)