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NOTÍCIAS

01-12-2011

Desafios de educar na era digital

Educar ganha proporções maiores nessa época de tantas mudanças, no qual o conhecimento de hoje já está ultrapassado amanhã, exigindo do educador  flexibilidade, abertura para o novo, competência para aprender a aprender, sem se esquecer da histórica responsabilidade de estar à frente de seus educandos como referência importante para a formação deles no enfrentamento do mundo.

O conceito de nativos e imigrantes digitais, endossado por uns, questionado por outros, se tornou comum para diferenciar os que já nasceram em meio à revolução tecnológica das últimas décadas, incorporando-a naturalmente em seu dia a dia, dos que precisam adaptar-se a ela. Independentemente do critério ou faixa etária utilizado nessa classificação, o fato é que a realidade citada trouxe mudanças na educação, pois os professores estão diante de uma geração que comparece às aulas munida de celulares, fones de ouvido, câmaras digitais, acostumada a interagir em redes sociais e em geral não está motivada a ouvir de forma passiva o professor transmitir conhecimentos. Diante disso, muitos professores questionam-se sobre seu papel e sentem-se inseguros e não raras vezes, desconfortáveis frente a seus alunos,  que agora já chegam à escola  com muitas informações e habilidades que, às vezes, eles mesmos desconhecem.

Isso não significa que os papéis se inverteram, mas não se pode negar que hoje os professores que almejam dar boas aulas precisam mudar de postura e admitir que também podem aprender com os alunos, o que não é nenhuma humilhação. Por outro lado, embora o  aluno chegue à escola mais informado que antes, o professor continua imprescindível, mas agora para mediar situações de aprendizagem em que os aprendizes tenham oportunidade de adquirir habilidades e competências necessárias para atuar numa sociedade que exige criatividade, inovação, empreendimento, ética, colaboração, entre outros valores.

Embora os jovens estejam familiarizados com as tecnologias, necessitam de orientação para usufruí-las de forma produtiva, especialmente da internet, já que muitos a subutilizam, ficando restritos a relacionamentos informais no MSN ou em redes como o Orkut, Twitter e Facebook.

Na escola, as ferramentas interativas disponíveis na web 2.0 podem ser usadas para construção  de conhecimentos, permitindo a interação, autoria e socialização. Alguns exemplos são os blogs, que podem ser usados com múltiplos objetivos, como a publicação de textos, imagens, vídeos produzidos ou a comunicação entre os alunos até com outras escolas. Existem as páginas  que permitem escrita colaborativa; softwares para produção de podcasts (arquivos de áudio em mp3), que favorecem a criação de uma rádio on-line com notícias da escola, por exemplo; Picasa, Flickr, Windows Live, para compartilhamento de imagens e arquivos; You Tube, para pesquisar e publicar vídeos que podem ser produzidos pelos alunos; os próprios comunicadores instantâneos, que podem ser usados para entrevistas, videoconferências, ou as redes sociais, que servem também para discutir algum assunto específico do currículo. Muitas outras ferramentas podem ser utilizadas pedagogicamente, dependendo da criatividade dos educadores. Estes têm importante papel também na orientação quanto ao uso responsável, ético e seguro da web, bem como na busca, seleção e reflexão de informações significativas.

Inicialmente, é necessário que o professor esteja aberto para o novo, se aproprie aos poucos dos recursos tecnológicos e os integre à sua prática, tomando ciência também das ferramentas utilizadas pelos alunos. Para isso, é preciso controlar a ansiedade e não achar  que deve ser um expert logo de cara. Como na maioria das escolas ainda há carência de formação continuada, uma ideia é que o professor tome a iniciativa e procure ajuda com algum colega  que tenha experiência, com os próprios alunos, inserindo-se em grupos de discussão e redes sociais afins, visitando portais educativos, participando de fóruns, lendo tutoriais, realizando cursos presenciais e à distância (existem muitos de boa qualidade e gratuitos), enfim, sendo um pesquisador e autodidata.

Ser um educador do século XXI, portanto, requer consciência de que o ato de aprender deixou de ser num tempo e espaço restrito à sala de aula. A escola, através das tecnologias, está se expandindo para além de seus muros e a aprendizagem pode acontecer em rede, de forma colaborativa. O desafio está na iniciativa de engajar-se,  usufruir os recursos disponíveis de forma produtiva e  aprender  enquanto  se experimenta. Criar  e inovar são as palavras de ordem. Não existem fórmulas prontas.