Facebook Twitter Google Plus

ARTIGOS

24-07-2020

EDUCAÇÃO DO CAMPO E EJA CAMPO: O PROJETO AULA DIGITAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA

EDUCAÇÃO DO CAMPO E EJA CAMPO: O PROJETO AULA DIGITAL
NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA MUNICIPAL DO TRIUNFO EM SIMÃO DIAS SERGIPE

 

Artigo apresentado à Faculdades Integradas deSergipe-FISE,  como requisito para avaliação final do curso de Especialização em EJA Campo Saberes da Terra.
Orientador: Prof. Me. Sandra Santos de Jesus

 

Orientandos: GILENE LEAL DE SANTANA
IVO MACIEL ALMEIDA NASCIMENTO

 

 

INTRODUÇÃO

A educação do campo traz uma nova roupagem para EJA na atualidade, considerando uma proposta dinâmica e ativa, onde os educandos têm a oportunidade de retornar aos bancos das escolas, com uma abertura considerável para a alfabetização, letramento e empreendedorismo, além de executar ações que os levem para dentro de sua realidade, destacando suas potencialidades e os contemplem com o fortalecimento de sua identidade e a certeza de que devem permanecer onde vivem, evitando assim migrações.

No mundo atual, a tecnologia está presente de modo mais intenso e diversificado. As crianças e jovens na atualidade, em muitas comunidades, a exemplo do povoado Triunfo, estão passando à frente dos pais, o que concerne ao processo de operacionalização e compreensão dos recursos tecnológicos, o que causa uma séria preocupação por parte do adulto, tanto no sentido de acompanhar os filhos, como também no seu processo de inserção devido às exigências sociais,seja na cidade ou no campo.

No que se refere ao processo de desenvolvimento desta modalidade de ensino e a comunidade estudada nesse trabalho, questiona-se: qual a contribuição da inserção da tecnologia nas aulas do projeto EJA campo saberes da terra? Quais as estratégias para quebrar o medo dos recursos tecnológicos na aprendizagem dos educandos da primeira fase da Escola Municipal do Triunfo?

A educação do campo visa refletir o desenvolvimento do homem no campo, diante dos aspectos históricos, social e cultural, buscando resgatar a diversidade existente de forma simultânea, através da teoria e prática para se ter uma educação voltada para as pessoas que vivem no meio rural, melhorando a forma de participação e transformação social nas comunidade onde estes estão inseridos, numa perspectiva de emancipação desse indivíduo, a partir da sua história, para tal, faz-se necessário, ações de políticas públicas que abram as portas do entendimento do mundo em sua totalidade, enfatizando o uso das tecnologias.

O projeto EJA Campo Saberes da Terra, que entrou em vigor no município de Simão Dias, ano de 2018 elaborado e apresentado pelo coordenador de projetos daquele órgão, Adérico Cruz Nascimento, trazendo para tal proposta, experiências anteriores de ações trabalhadas no, MOVA BRASIL, PROJOVEM Campo, além de outros programas frutos das lutas da sociedade organizada. Trata-se de uma proposta, que foi inserida como uma proposta para a atenção às comunidades no tocante à educação do campo no município de Simão Dias, tendo saído à frente de outros municípios do estado de Sergipe com esta ação.

O projeto traz em seu contexto, uma proposta sustentável, resgatando às diversidades históricas, sociais e culturais dos jovens agricultores familiares de origem camponesa, excluídos do sistema formal de ensino, oportunizando uma certificação do ensino fundamental, na modalidade de educação de jovens e adultos, integrada à qualificação social e profissional.

O projeto EJA Campo Saberes da Terra no município de Simão Dias, contemplou um número considerável de educandos/as, distribuídos em 18 turmas e em 11 povoados, oferecendo a oportunidade aos jovens agricultores, sendo que uma destas turmas, está localizada no pov. Triunfo, que atendeu aos dois níveis de ensino, 1a fase, com a seriação de 1o ao 5o e a 2a, do 6o ao 9o do ensino fundamental, sendo uma turma mista, onde alguns educandos apresentavam características mais urbanizadas, porém traziam em sua essência o contexto da agricultura familiar, além de estarem semialfabetizados e letrados, enquanto outros, tem pouca intimidade com as letras, mostrando muitas expectativas e ansiedades de recuperar o tempo perdido, o que denota o nome da turma, nunca é tarde para aprender.

Trabalhar com o projeto EJA campo saberes da terra, ressalta a necessidade do resgate do muito tempo perdido fora da escola e é dado o momento de recuperar, com perfis diferenciados, visto que mesmo os que são caracterizados como pessoas que já leem e escrevem, mas também apresentam dificuldades de interpretar e utilizar corretamente a pontuação.

Dentro desta diversidade de aprendizagem, estes educandos tiveram a oportunidade de usar uma ferramenta em que o município de Simão Dias em 2017 buscou parceria para atender aos professores e equipe gestora da escola, que tem participado das formações presenciais e acompanhamento dos professores, contribuindo com estes no processo de alfabetização das crianças através da ProFuturo que contempla todas as áreas de conhecimento, além da inserção das TICs na educação, uma vez que o projeto oferta a escola uma maleta com 34 tablets, notebook, projetor, tela de projeção.

         

 

1 A Fundação ProFuturo foi criada pelo presidente da Fundação Telefônica, César Alierta, e pelo presidente da “la Caixa” Foundation, Isidro Fainé, com a missão de contribuir para o desenvolvimento social e econômico de países com crianças em situação de vulnerabilidade, a fim de garantir a igualdade de oportunidades através de uma educação inclusiva e equitativa de qualidade na América Latina, Caribe, África e Ásia, através do projeto maleta digital, busca A tecnologia digital, aproveitada de modo correto e disponibilizada em escala universal, pode mudar a situação de crianças que ficaram para trás, conectando-as a inúmeras oportunidades, conferindo as aptidões de que necessitam para triunfar num mundo digital. Entretanto, a tecnologia pode criar novas desigualdades que impeçam às crianças atingir todo seu potencial, exceto se o acesso a ela for ampliado”. Atualmente está disponibilizado em alguns estados brasileiros.

Disponível em: https://profuturo.education/pt/quem-somos/.

 

 

Assim, o presente artigo, vem discorrer sobre esta proposta de ampliação das práticas pedagógicas utilizadas com a inserção da maleta digital nas aulas, para aprimorar o conhecimento dos educandos, oportunizando o manuseio direto de tablets, data show e outros recursos visuais, a exemplo de animações.

A metodologia de estudo acatada vem através de uma análise através de revisão bibliográfica, dentro de uma proposta descritiva, elencando os aspectos relevantes observados nesta nova prática da EJA campo, saberes da terra, que servem de subsídio para entender os resultados demonstrados nas aulas.

A presente produção tem como finalidade mostrar os resultados do processo de alfabetização da aula digital, como uma prática pedagógica utilizada na 1a fase EJA campo na turma “Nunca é tarde para aprender”, da Escola Municipal do Triunfo, considerando o embasamento teórico, para análise e confronto com os resultados encontrados.


EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM POUCO DE HISTÓRIA

A modalidade EJA já é algo que faz parte da história do Brasil desde seu descobrimento. No continente europeu, a igreja era a responsável pelo processo de educação, assim, vale lembrar e ressaltar a ação dos jesuítas nesta época que tiveram como público alvo a comunidade indígena (PONTES E MOITA, 2011).

O perfil da Educação de Jovens e Adultos tem mudado ao longo do tempo, o cenário apresentado no período do descobrimento era bastante diferenciado do propósito atual, afinal, o objetivo maior dos jesuítas era a catequização, e hoje, mediante um contexto legal, a LDB art. 9.304/96, especificamente no artigo 37, traz o objetivo macro de garantir que as pessoas que por algum motivo, não terminaram seus estudos, continuem de modo diversificado, considerando sua realidade (NASCIMENTO, 2013).

A prática educativa desperta a consciência humana para o atendimento das necessidades intelectuais, porém, esta deve ser compreendida dentro de uma concepção que vai, além disso. Educar não se resume ao processo de transmissão do conhecimento, mas ao desenvolvimento do indivíduo em sua totalidade.

A evasão escolar ainda acontece de modo assustador e consolidada em vários motivos, sejam eles de ordem financeira, aspectos da vivência familiar, mas o principal ponto que deve ser uma constante na vida humana, é sua necessidade, sócio cultural, para assim revelar o potencial de cada um, independentemente da idade que possui (FREIRE, 1979).

A cada reforma política existente ao longo da História e promulgações da Constituição, houve uma disparidade de pensamentos e ações que deixaram a Educação com um perfil inconstante, entre a carta magna de 1882 e 1937, às normas deliberadas andavam na contramão uma da outra, onde numa, a educação era prioridade do Estado e na outra (37), esta tinha cunho profissionalizante e não era dada a atenção devida em termos governamentais (NASCIMENTO, 2013).

Diante dos programas de alfabetização existentes, o projeto EJA passou a ganhar corpo e valor. A pedagogia Freiriana, com a proposta de construção do saber, sem imposição e incentivando a ação-reflexão-ação, trouxe força para essa modalidade de ensino não apenas no que diz respeito ao processo dinâmico da prática pedagógica, mas principalmente por valorizar a realidade dos educandos, levando sua identidade para sala de aula.

EJA CAMPO, UM DIVISOR DE ÁGUAS PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS

O contexto histórico sobre a educação do campo traz um processo de construção pedagógica por muito tempo fora das propostas governamentais, pois no passado se entendia que o homem do campo deveria ser refém da falta de tempo para estudar, além do paradigma incutido de que para trabalhar com à terra, não havia a necessidade de instrução. Engano este que percorreu décadas, até que a sociedade se organizasse e em meio a seminários, encontros, reuniões, sempre  lideradas pelo Movimento sem Terra (MST), além de outras instituições para que houvesse uma definição concreta do que seria essa educação do campo, movimento hoje em destaque, mas que ainda busca se firmar em suas concepções para oferecer por direito uma educação do campo que valorize a identidade deste (NASCIMENTO, 2009).

Jamais se pode falar em Educação, sem mencionar a diversidade com a qual essa se caracteriza no Brasil. Dessa forma, vale ressaltar que as conquistas realizadas neste campo fazem parte de um processo de mobilização liderado pelos movimentos sociais que compreenderam com clareza os aspectos abordados por Paulo Freire, quando mostrou o verdadeiro perfil do aprendiz, quando este aprende escrevendo sua própria História. Para fortalecer o entendimento sobre o marco do desenvolvimento do contexto educativo, pois uma prática antes considerada oportuna apenas para os indivíduos da cidade, sendo o campo isento do processo de aprendizagem para muitos.

A articulação por uma educação do campo nasce como resultado de uma caminhada que se iniciou em julho de 1997, quando Movimento dos trabalhadores Rurais sem-terra (MST) realiza o I Encontro Nacional de Educadores da Reforma Agrária (I ENERA), em parceria com organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a Confederação Nacional dos Bispos (CNBB) e a Universidade de Brasília (UNB). A conferência contou também com a participação de sujeitos de escolas do campo, de ONGs, de sindicatos, associações e de outras entidades que tinham vinculação com o trabalho de educação e o compromisso com esta construção. Nos compromissos assumidos na Conferência, foi ratificado quem eram os sujeitos envolvidos na construção de uma proposta de educação do campo. (PONTES, 2018, p, 05).

Diante de uma resistência pertinente para que houvesse mudança de paradigmas no tocante ao entendimento sobre o homem do campo e sua relação com a escolaridade, observa-se a importância da sociedade organizada para que os sonhos se transformem em realidade e com ideias sustentáveis, mostrando a possibilidade de crescimento que o indivíduo possui, com seu poder de transformação.

No que se refere a Educação do Campo na perspectiva de fortalecimento desse movimento, deve-se na atualidade rever alguns conceitos, que em muito vem desviando sua verdadeira proposta que é a de melhorar a vida no campo, trazendo o conhecimento teórico e prático ao agricultor, fortalecendo suas bases sem que ele perca sua identidade, ou deixe de investir em seu potencial, o que o desviaria das proposições da educação do campo de forma concreta (CALDART, 2009).

Nessa perspectiva, o projeto EJA campo saberes da terra, oportuniza o compromisso com o trabalhador rural ou empreendedor que não concluiu os estudos em idade regular, mas não se limita a um processo de certificação apenas. Traz a possibilidade de buscar e construir o conhecimento pautado em todo seu crescimento, no processo de construção de saberes que os deixem preparados para o alcance dos seus objetivos através do diálogo e utilização prática do que aprende ou aprendeu na escola.

Ao enfatizar os saberes da população rural, e a troca de conhecimentos entre os educandos e educadores das diversas áreas, o projeto EJA Campo Saberes da Terra, através da contribuição do engenheiro-agrônomo, busca compreender o desenvolvimento da comunidade, que no momento vive a transição de um meio rural/urbano, devido à monocultura do milho que vem ganhando grande extensão de áreas, como também realizar práticas que venham a contribuir de forma profissionalizante para com os educandos, reforçando os conhecimentos técnicos e culturais. Ressaltando experimento de cultivo de milho crioulo, desenvolvimento de hortas em pneus, canteiro com uso de ervas medicinais, também, o resgate cultural do samba de coco e debulha do milho, culturas essas que vem perdendo espaço através das gerações (SANTOS, 2018). Sendo fundamental o estímulo ao resgate.


AS TICS E A COMUNIDADE ESCOLAR

As escolas se caracterizam como grandes células da sociedade e apresentam uma visível necessidade de inovação no processo de ensino aprendizagem, principal foco dessa instituição, o que deve ser trabalhado de forma dinâmica e adequada.

Compreende-se, porém, diante de tantas ferramentas como vídeos, data shows, internet, computadores, entre outros, que vale uma discussão sobre a obrigatoriedade em acompanhar as mudanças oferecidas pelo novo tempo e assim não se enquadrar na classe dos excluídos digitais.

Deve existir por parte dos executores e construtores de políticas públicas, uma observação seguida de avaliação, no que diz respeito ao processo de introdução das mídias nas escolas, visto que, algum membro da comunidade escolar não tem prática nessas questões, sendo elementar a expansão das formações continuadas, não apenas para garantir a prática da informatização, mas compreender a importância e essencialidade desse processo no cotidiano escolar, mas principalmente pela importância que esta tem no contexto educacional, tendo como exemplo atual, as formações do ProFuturo (MARQUES, 2006).

Compreende-se que essas formações devem ser criteriosas e muito bem elaboradas, pois a maioria do público alvo ainda se encontra na condição de analfabeto digital tendo a necessidade de compreender o verdadeiro papel das mídias no ambiente escolar. Para Moran, Precisamos em consequência, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca de informação, ocultamento, sedução, os códigos polivalentes e suas mensagens. Educar para compreender melhor seu significado dentro da nossa sociedade, para ajudarem na sua democratização, onde cada pessoa possa exercer integralmente sua cidadania (MORAN, 2000, p. 163).

O uso das tecnologias na escola, aqui em especial, a inserção da maleta digital, intermediam a mesma com o mundo. São portas largas que se abrem para o conhecimento e a comunicação, trabalham a realidade de forma dinâmica, em sua maioria, lúdica, sem limites de espaço, além de diversificar ações trabalhando em meio a várias habilidades. São inúmeras as maneiras de apreensão de determinado elemento estudado, em cada área do conhecimento empregadas.

A comunicação sempre foi trabalhada dentro das escolas, porém de forma tolhida. Com o advento tecnológico do século XXI, a liberdade se faz mais presente nesse ambiente e resta a utilização adequada das ferramentas necessárias para esse processo, o que é deduzida como uma relação que apresenta dificuldades, mas isso não diminui sua importância para o processo de aprendizagem (MORAN, 2007).

Com a ascensão das TICs, a educação mostra uma cara nova, vale ressaltar a importância em analisar a relação existente entre as duas. Para Demo (2008, p.01), “A educação espera das TICs: Aprimorar processos de formação e aprendizagem”. Assim, com a chegada dessas ferramentas inovadoras na escola, às equipes pedagógicas devem estar aptos para melhorar sua atuação de modo mais eficaz, considerando, tanto as questões de ordem técnicas, quanto políticas.

Nunca se ouviu falar tanto de mídias e tecnologias no ambiente educacional, como na atualidade. Existe uma gama de formações continuadas que estão chegando às escolas para a introdução das mídias digitais, em principal. Vale ressaltar aqui, que nesse processo, ainda existem profissionais, alunos e comunidades que podem não ter acesso no seu dia a dia, pela de estar em contato com as tecnologias mais avançadas. Nas escolas públicas, existiu a introdução dos laboratórios de informática nas escolas, mas essa proposta não funcionou muito bem e atualmente outros programas estão sendo acatados. Demo afirma.

Não prosperaram, porque se mantiveram como abordagens externas, eventuais, intermitentes, voluntárias. Alguns professores se interessaram, mas jamais informática foi alfabetização ou plataforma intrínseca de aprendizagem, nem no professor, nem no aluno (DEMO, 2008, p. 01).

A introdução das mídias nas escolas traz um sistema de produção e interação, porém para se seguir esse conceito, torna-se necessária a convicção de que todos os desafios precisam ser enfrentados e também de uma proposta direcionada a um foco, nesse caso, o aprimoramento da prática pedagógica e da integração da comunidade escolar no processo inovador da distribuição e utilização das mídias. Demo (2008, p.03), afirma que, “A estrutura digital, concretamente tão rígida e exata, faculta que a mente humana alce voos incomensuráveis, produzindo toda forma de criatividade, o que permite encontrar nela, bases de promoção de autoria”.

Pode-se ressaltar aqui a utilização da maleta digital nas aulas do projeto EJA Campo Saberes da Terra, devido ao processo de preparação deste para o enfrentamento de desafios e o empoderamento cultural ao qual está sujeito o educando desta modalidade, considerando o processo de construção do conhecimento centrado e evolução das comunidades trabalhadas.


PROFUTURO AULA DIGITAL, UMA PROPOSTA DE INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS NO EJA CAMPO SABERES DA TERRA

As propostas educativas já mencionadas em tópico anterior, compreendem que a cada época a ideia de alfabetizar e formar jovens e adultos foi tomando uma forma peculiar até chegar no PROJOVEM e MOVA BRASIL, 1989, que dá continuidade à proposta Freiriana de educar através da realidade do educando, esse processo de inovação vai além da reunião de pessoas que se perderam no tempo real de serem alfabetizados, questão idealizada por programas como o MOBRAL e Fundação EDUCAR, mas trata de uma dinâmica que denota o avanço sem que sejam desprezados os conhecimentos adquiridos com o passar da vida.

A EJA Campo Saberes da Terra direciona a aprendizagem para um desempenho abrangente na aquisição do conhecimento de modo autônomo, não existe aí a Educação Bancária tão combatida por Freire, mas uma troca de experiências que fomentam uma aprendizagem significativa, aproveitando as potencialidades dos educandos, como também dos elementos destacados dentro das comunidades e sua formação sociocultural (PONTES, 2018).

Vale ressaltar aqui, a importância da formação de educadores, considerando a proposta de fomentar as práticas e ideologia da EJA Campo, visto que se trata de um processo educacional no tocante a compreensão da educação formal e não-formal, com foco na construção do saber de modo coletivo, o que faz bastante diferencial pelo estabelecimento de parcerias na aquisição do conhecimento entre educandos e educadores, por uma educação de valores (ARROYO, 2004).

Dentro dessa proposta, que prima por uma educação de qualidade, pode-se compreender a importância do projeto EJA Campo Saberes da Terra, através do qual muitas realidades tendem a ser transformadas, pelo processo de troca de experiências fundamentais para a construção do saber, o que busca devolver oportunidades e apontar caminhos para quem até então, acreditava ter perdido.

No município de Simão Dias, o projeto foi aderido pela Secretaria de Educação contemplando as comunidades de modo setorial, trazendo para diversas localidades, o processo de escolarização de agricultores, autônomos, pais de alunos das escolas públicas, muitas até, escolas onde seus filhos estudam ou já estudaram.

O EJA Campo tem como objetivo desenvolver todas as atividades respeitando o contexto social do educando, elevando a escolaridade para aqueles que não desenvolveram essa habilidade na idade prevista com qualificação social profissional em práticas agrícolas, incentivando a sua participação na sociedade para contribuir para o desenvolvimento local, buscando compreender o processo de construção e desenvolvimento econômico dentro da sua comunidade, além de respeitar às influências religiosas, política e cultural (FREIRE, 1989).

Respeito ao educando e sua relação com a comunidade em que vive, é um dos grandes diferenciais do EJA Campo Saberes da Terra, um projeto oriundo das experiências ressaltadas em itens anteriores, mas com uma visão ampla do contexto educativo, trazendo a esperança em sonhos cultivados e interrompidos no passado, como objetiva a modalidade EJA, mas com uma proposta de elencar ações que possam unir aprendizagem didática ao processo empreendedor que existe em cada indivíduo, com ênfase na descoberta de novas práticas.

Dessa forma, o projeto foi desenvolvido por eixos temáticos que contempla às singularidades de cada turma, através das áreas de conhecimento, respeitando a conduta local e evoluindo de acordo com suas práticas sociais, registrando para a posterioridade de acordo com a temática de cada eixo estudado, onde os educandos colaboraram de forma espontânea dentro de um contexto conhecido por eles. Ao longo das aulas também são incluídos conteúdos gramaticais de acordo com a necessidade de desenvolvimento da leitura e escrita dos educandos.

Corroborando com o que diz (Freire, 1987, p. 90) “A formação técnica-cientifica não é antagônica à formação humanista dos homens, desde que ciência e tecnologia, na sociedade revolucionária, devem estar a serviço de sua libertação permanente, de sua humanização”. O pensamento de FREIRE traz uma explicação excêntrica sobre a prática desenvolvida no referido projeto que vem mudando vidas e disseminando e fortalecendo culturas.

Ressalta-se então a relevância da utilização da aula digital que de caracteriza como uma iniciativa global da Fundação Telefônica Vivo e a fundación “la caixa”, na Espanha, e está presente em 33 países da África, América Latina e Ásia, desenvolvido no Brasil pela Fundação telefônica vivo com o objetivo de diminuir a desigualdade social brasileira.

Este recurso chegou nas escolas no ano de 2017 em 462 instituições nos estados de Manaus e Sergipe, com aprovação dos gestores, educadores e alunos, e este número cresceu, tendo hoje 1105 escolas em cinco estados brasileiros, compreendidos entre, Manaus, Viamão em Rio Grande do Sul, Goiânia, Vitória de Santa Antão em Pernambuco e em Sergipe como maior número de instituições de ensino, 558 na rede estadual e municipal de educação de 37 cidades sergipanas, trazendo na inovação educativa para inspirar novas metodologias educativas e tecnológicas na educação, com formação para educadores e conteúdos pedagógicos digitais, equipamentos tecnológicos e acompanhamento por escolar (FERNANDES, 2020).

Considerando o desempenho da mediadora do EJA campo saberes da terra, pode-se destacar aqui a importância da adesão de novos recursos, desafiando educadores e educandos a enfrentar barreiras, para fomentar o processo de aprendizagem de modo livre e significativo. A inclusão das Tics, especificamente da maleta digital no projeto, traz essa roupagem inovadora no processo de construção do conhecimento (FERNANDES, 2020).

As ações são desenvolvidas com a mediação de uma pedagoga e engenheiro agrônomo, o que auxilia no processo de aprendizagem dos educandos, e desse modo surgem as perspectivas de comunicação dentro da prática da aula digital, fazendo com que ocorra a exploração das disciplinas de linguagens, ciências, matemática, geografia e história, e estas intercalam-se com as ciências agrárias, temas já trabalhados.

Numa proposta didática coletiva, a parte pedagógica está atrelada ao processo interdisciplinar, o que na EJA Campo os conteúdos dialogam entre si e são abordados pelos educadores das diferentes áreas de ensino, o agrônomo também tem um papel muito importante na relação com os educandos camponeses, pois este é tido como aquele que possui um olhar externo, e que através dos conhecimentos agrários, vai apenas realizar o papel de extensionista e repassar técnicas a serem aplicadas, mas se trata de um engano, ele ricamente associa sua prática e conhecimentos às necessidades locais, havendo aprendizagem mútua (SANTOS, et al, 2018).

Dessa forma, compreende-se que a modalidade de ensino dentro do EJA, permite ao agrônomo está integrado e interagindo diariamente com os educandos e através da teoria em sala e em práticas desenvolvidas como atividades no campo em dias de tempo comunidade desenvolvendo as teorias, auxiliando no contexto agrário e social dentro desta, assim como diversificando sua prática através da utilização da maleta digital, foco do presente artigo.

Para maior envolvimento dos educandos nesse processo de construção e reflexão sobre a prática, utilizam-se metodologias diferenciadas desenvolvidas nas condições pedagógicas, no tempo escola (TE) e tempo comunidade (TC), relacionando teoria e prática com a finalidade de atingir o objetivo central do projeto que é elevar a escolarização e uma maior participação dos educandos na vida em comunidade, o que teve êxito, mediante a utilização das tecnologias da informação e comunicação ou simplesmente (TICs) (BATISTELA, et al, 2015).


RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto EJA Campo Saberes da Terra, desenvolvido no município de Simão Dias/SE, ação pioneira no estado de SE, teve início em 2017, com duração de dois anos, dividido em duas turmas, 1.a e 2.a fases. Mediante a dinâmica orientada aos educadores e trabalhada nas escolas, uma chama a atenção para o fortalecimento do projeto, pois deixa marcado nas turmas seus objetivos. Trata-se de um consenso mediado para encontrar um nome que identifique as turmas. A presente produção traz relatos ocorridos na turma “Nunca é tarde para aprender”. Através dessa reafirmação coletiva, reforça-se aqui o que ressalta Freire (1989), quando desperta sobre o potencial existente no educando, independentemente da idade.

A leitura e escrita é um sonho na visão de todo e qualquer cidadão. Sendo assim, as expectativas geradas mediante a adesão à EJA campo, denotam esperança para os educandos e desafios para educadores. Duas premissas que se entrelaçam e dinamizam os esforços planejados no processo de formação dos educadores do projeto. Pois, não se trata apenas da leitura em seu modo literal, mas uma leitura de mundo, o ato de enxergar a dimensão da vida que reverberem num momento de aprendizagem a importância do passado, presente e futuro dos educandos e sua atuação na comunidade, como bem destacado na afirmativa de Pontes (2018).

A turma em questão tem caráter misto, pois alguns educandos em suamaioria apresentam características urbanizadas, trazem em sua essência a agricultura familiar e depositam suas expectativas e anseios de aprendizados na leitura e escrita nesse retorno para sala de aula, enquanto outros estão construindo os primeiros passeios no mundo letrado, gerando desta forma expectativas e ansiedades de recuperar o tempo perdido.

Vale ressaltar que a demanda dentro desse contexto, a turma da I fase EJA Campo, TURMA NUNCA É TARDE PARA APRENDER, não contava com educandos ainda no processo de alfabetização e sim de escolarização, mas a demanda apareceu e adaptações foram realizadas para que estes pudessem acompanhar o nível de leitura e escrita dos demais educandos, o que foi bastante consubstanciado com a utilização da maleta digital, destacando o que afirma Silva (2005), um desafio que foi abraçado e gerou resultados que giram em torno do interesse pelas aulas, o despertar da curiosidade pelos recursos tecnológicos, além de melhorar a autoestima, aumento no desempenho na realização das atividades e fomentou muitos diálogos importantes.

A turma NUNCA É TARDE PARA APRENDER tem um público diversificado com anseio de aprendizagem, dentre estas a de compreender a metodologia do projeto EJA – Campo com a integração de saberes, a dinâmica das rodas de diálogo, da leitura de imagens, da pintura para iniciar o nivelamento das habilidades que cada educando/a tem.

No desenvolvimento das aulas observou-se, através de algumas avaliações informais, que durante o processo de uso da plataforma, pode-se observar falas significativas por parte dos educandos, o que denotou uma aprendizagem colaborativa no processo de desenvolvimento humano, a exemplo de:

“É mais fácil domar um burro brabo no arado que esse menino papagaio”referindo-se ao Abel personagem da plataforma ProFuturo, ou “nunca tive um celular porque achava que não sabia usar, hoje percebo que é mais simples que imaginava” ou “professora depois das aulas dos tablets aprendi a digitar e hoje já digito também no meu celular, que antes só enviava áudio”.

Percebeu-se também que no decorrer das semanas, aumentou a solicitação de alguns alunos para adiantar as aulas com o intuito de trabalhar com os tablets. Pode-se observar uma abertura para a autonomia e quebra de paradigmas defendidas por Freire (1987), a ressaltar o processo de construção da liberdade.

Com as primeiras atividades, os educandos tiveram muitas dificuldades, pois queriam conteúdos gramaticais no quadro e levaram alguns dias a entenderem que a metodologia seria um pouco diferenciada, passando a gostar do processo de ensino aprendizagem construído por todos durante cada eixo, foram sendo implementado ferramentas educacionais para o entretenimento e aprendizagem dos educandos e educandas, foi a introdução do uso de tecnologias (TICs).

As situações apresentadas em sala de aula, demonstra a importância da aprendizagem de modo significativo, quando um educando apresenta dificuldade para o uso de tablets, ou não entende o que os personagens estão falando, conta sempre com a colaboração do colega ao lado sempre disposto ajudar. Pode-se perceber uma cumplicidade por parte de familiares que acompanham, aqui representados por uma neta que acompanha a avó nas aulas para ajudar no manuseio do tablets sempre que precisar. Observa-se o diferencial da metodologia apresentada com o projeto, pois destaca um processo coletivo e participativo, reforçando o posicionamento de Pontes (2018).

Outra questão não menos importante do que já destacado na presente produção, é que o uso da plataforma tem contribuído para elevação da autoestima dos educandos, como também na inserção das tecnologias no seu cotidiano, facilitando a comunicação e a socialização entre os seus familiares e amigos, contribuindo para a construção de um novo olhar para o uso das tecnologias no cotidiano, como salienta Freire (1989), quando menciona que a tecnologia é uma forte aliada para o processo de desenvolvimento do homem.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo trouxe uma análise das experiências desenvolvidas na turma “Nunca é tarde para aprender”, da escola municipal do Triunfo, em Simão Dias/SE. Trata-se de um conjunto de ações que despertam para uma reflexão sobre a importância do projeto EJA Campo Saberes da Terra, que tem o objetivo de despertar o indivíduo para a relevância de sua vida, conhecimento e comunidade, além de direcionar as ações para a prática do empreendedorismo, fortalecendo às práticas agrícolas.

Pode-se perceber que no Brasil, a educação de jovens e adultos, veio para ficar, pois, existe desde o período do descobrimento. Também importante frisar que esta é fruto das lutas dos movimentos sociais, por um processo de resistência para que a inclusão fosse fato. Ao longo de décadas as mudanças ocorridas na educação de jovens e adultos vem trazendo uma pedagogia autônoma e o conhecimento revelado como algo que não se impões, mas sim se constrói.

Diante do que foi trabalhado, observa-se que o processo tecnológico sempre fez parte da vida dos seres humanos, tenham eles tido uma vida escolar regular ou não. A tecnologia foi ganhando preferência desde que o surgimento do mundo, o que denota os avanços ocorridos ao longo de séculos desde quando não existia lápis e papel.

Na atualidade as comunidades, urbanas ou rurais, são obrigadas a conviver com tecnologias de ponta, além disso, a maioria vivencia situações em que precisam utilizá-las, as escolas jamais deveriam estar fora desse progresso. Assim, atendendo às demandas existentes, muitos programas na atualidade são planejados e constituídos com um olhar voltado para esses constantes avanços.

Dentro do processo de construção da formação profissional, com auxílio da maleta digital, pode-se trazer para sala de aula, diferentes abordagens sobre um tema gerador, este, observado pelo olhar externo dos educandos, da pedagoga e do agrônomo, para assim, estimular a construção de um saber que sempre foi enriquecido através da conversa, dos questionamentos diários, e as diferentes interpretações do contexto, como também, sempre salientado as dúvidas referentes a determinado conteúdo, ou até mesmo, através da observação de determinada cultura cultivada nos seus quintais, através dos quais, debatia-se sobre doenças, pragas e seus respectivos métodos alternativos de controle, no qual se relacionava esta abordagem na aula posterior, para uma prática de fixação e conteúdos extraídos dos tablets.

Pelo que se pode aprender diante desta produção, o EJA Campo Saberes da Terra é um projeto que visa ampliar a EJA, com o intuito de acabar com a exclusão e dimensionar a aprendizagem para localidades as quais o processo educativo não foi e muito pouco é prioridade. Muitos educandos não se sentem aptos para voltar a estudar devido à baixa autoestima.

Os estudos realizados apresentam a importância da utilização da maleta digital nas aulas da 1.a fase da EJA campo, devido ao processo dinâmico que esta apresenta, o que ressalta e corrobora com as metodologias aplicadas na EJA, considerando a proposta de desenvolver a autonomia dos educandos, também de apresentá-los as condições necessárias para que estes compreendam que suas capacidades não estão aquém dos padrões estabelecidos pela sociedade.

As experiências vividas foram marcantes por conta do atendimento além das expectativas dos educadores que direcionam suas ações para as áreas do conhecimento, com respaldo nas áreas de pedagogia e engenharia agronômica, pois se trata de um projeto que buscas associar a leitura, o letramento com as práticas socioculturais das comunidades dos educandos em questão.

Percebeu-se que a cada experiência em sala de aula com a maleta digital, uma descoberta vinha à tona, pois muitos dos relatos denotam que os educandos precisavam viver essas experiências de aprendizagem, pois mesmo tendo contato com celulares, tablets e computadores, não conseguiam manusear com segurança e compreender suas variadas funções.

Tais ações foram de fundamental relevância, pois trouxe o aumento da autoestima, condições de aprendizagem significativa de modo lúdico, desmistificando conceitos de incapacidade internalizados nos educandos há muito, o que foi motivo de afastamento destes das escolas por longos anos.

Em suma, a aula digital na EJA Campo, foi além da prática de alfabetizar, pois, se fez necessário uma interpretação maior, além do ler e escrever como um processo de independência do educando, partindo do pressuposto que boa parte da turma já era alfabetizada, processo esse que contribuiu na inserção dos tablets na aula, elevando a maior interpretação dos contextos em que estão inseridos.

O uso dos tablets gerou independências no cotidiano dos educandos, facilitando a comunicação entre eles e seus familiares, construindo um novo olhar sobre sua prática em tempo escola, além de incentivar a leitura e de outros educandos ainda não alfabetizados e que contavam com o apoio da plataforma com áudios onde descrevia a atividade, contribuindo dessa forma, no processo de alfabetização de todos, independentemente de ser ou não alfabetizado.

Mediante as experiências, confirmou-se o quanto a plataforma ProFuturo possibilita o educador trabalhar de forma interdisciplinar, com coesão entre os, tempo comunidade e tempo escola, seguindo planejamento construído de acordo com diagnóstico da turma. Diante desse diagnóstico, os educadores exerciam suas atividades respeitando o desenvolvimento individual e coletivo dos educandos.

Vale ressaltar que, por se tratar de uma turma grande e diversa, inserir o referido recurso nesse processo aliado à prática de leitura e escrita, não foi nada simples, mas viável como uma alternativa a mais no registro do seu conhecimento de mundo, avançando assim na proposta de alfabetização, gerando um aprendizado significativo para o cotidiano familiar, elevando a autoestima e construindo forças para enfrentar qualquer que fosse a divergência enfrentada no retorno ao seu lar.

Considerando o histórico familiar dos educandos, parte importante no processo de ensino aprendizagem da EJA Campo, torna-se importante esse olhar atento aos detalhes das ações desenvolvidas no tempo escola, que era reflexo das desenvolvidas no tempo comunidade, gerando assim, um aprendizado significativo desde uma simples foto a descrição  desta, o que gerava fortes discussões do melhor ângulo a correção da palavra na descrição da atividade proposta.

As atividades eram sempre sugeridas em formato de roda de conversa, para obter a opinião de cada um, posterior a cada atividade sempre era gerada a necessidade de registrar em pequenos textos, acompanhados de leitura e escrita, individual ou coletiva e ao longo das aulas, inseriram-se as regras gramaticais necessárias aos textos.

Complementando a dinâmica trabalhada, pode-se entender que o agrônomo também tem a facilidade de trabalhar de modo interdisciplinar, levando em consideração as diversas possibilidades apresentadas no recurso utilizado, podendo assim, demonstrar a aplicação de cada uma em campo, seja através de cálculos de adubação, nos cruzamentos de genes buscando o melhoramento das espécies, no contexto histórico do desenvolvimento da agricultura até agora.

Percebeu-se então, que a dinâmica utilizada contribuiu para que o agrônomo educador pudesse ir além de um trabalho de extensão, papel que exerce muito bem.

Teve-se também, a oportunidade de mostrar que sua função vai além dos aspectos técnicos, podendo mostrar que seu papel se estende ao contexto de formação educacional e qualificação profissional, permitindo ao educando ter uma abrangência de conhecimentos na área vegetal, ciências e da natureza, e área animal e afins, sendo relacionada a toda cadeia produtiva. Sempre trabalhando dentro do contexto social e regional, assim facilitando a troca de conhecimentos entre educador e educadores, e sendo essas utilizadas dentro da comunidade e explanadas com a utilização da maleta.

 

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARROYO, Miguel G.; Mônica Castagna Molina e Sonia Meire Santos Azevedo de

Jesus (organizadoras). Contribuições para a construção de um projeto de

educação do Campo – Brasília, DF: Articulação Nacional Por uma Educação Básica

do Campo, 2004. Coleção Por uma Educação Básica do Campo, n° 5;

BATISTELA, et al. Everton Marcos. Educação do campo e pedagogia da

alternância: Experiências e vivências do tempo comunidade. /Everton Marcos

Batistela;/Airton Carlos Batistela/Marcelaine Reguelin/Paulo Fernando Diel/Zinara

Marcet de Andrade. EDICERE - ENAEH. 2015;

CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo: notas para uma análise de

percurso. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, mar./jun.2009. Disponível em:

https://www.scielo.br/pdf/tes/v7n1/03.pdf;

DEMO, Pedro. Tics e Educação. 2008. Blog Uol. Último Acesso em,

15/05/2020.Disponível em: http://Pedrodemo.sites.uol.com.br/textos/tics.html;

FERNANDES, Deise Birk. A utilização das TICs na sala de atendimento

educacional. /Deise Birk Fernandes/Cinara Ourique Nascimento. Revista Científica

Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 01, pp. 124-135.

Março de 2020. ISSN: 2448-0959;

FREIRE, P. Conscientização teoria e prática de libertação. São Paulo. Cortez e

Morais,1979;

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido; 17a Ed, Paz e terra, Rio de Janeiro 1987;

MARQUES, Maria Osório. A Escola no Computador. Linguagem rearticulada,

educação outra. Ijuí: Unijuí: 2006;

MORAN, José Manuel. Desafios na Comunicação Pessoal. Ed. 3a. São Paulo:

Paulinas, 2007, P.163;

MORAN, José Manuel. Informática na Educação: Teoria e Prática. Vol. 03,

n.1UFRGS. Porto Alegre, (Set. 2000). Pags.137-144;

NASCIMENTO, Claudemiro Godoy do. Educação do campo e políticas públicas

para além do capital: hegemonias em disputa. /Claudemiro Godoy do

nascimento/Prof.a. Dra. Leila Chalub Martins. Universidade de Brasília. Faculdade de

educação. Programa de pós-graduação em educação. Tese de Doutorado.

Disponível em:

http://www.reformaagrariaemdados.org.br/sites/default/files/Tese%20Educa%C3%A7

%C3%A3o%20do%20campo.pdf;

NASCIMENTO, Sandra Mara do. Educação de jovens e adultos EJA, na visão de

Paulo Freire. Especialização em educação: métodos e técnicas de ensino. Paraná,

2013. Último acesso em: 24/05/2020. Disponível em:

http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4489/1/MD_EDUMTE_2014_2_11

6.pdf;

PONTES, Aldiná Costa Santos. A EJA no campo educação rural de jovens e

adultos no primeiro segmento. Brasil Escola, 2018. Último acesso em: 18/05/2020.

Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-eja-no-

campo-educacao-rural-jovens-adultos-no-primeiro-segmento.htm;

PONTES, R. R. et al.; MOITA, F. M. G. S. C. O uso de tecnologias digitais no

ensino da EJA: um caminho possível para o ensino de operações

fundamentais. / PONTES, R. R. /MOITA, F. M. G. S. C Anais Ebrapem. v. 1. n. 1.

2011;

SANTOS, Valdo de Jesus; et.al. Papel do agrônomo educador no programa

PROJOVEM saberes da terra. /Valdo de Jesus Santos/Ana Paula Ramos Matos

Santos/Cosmilene Alves Santos/Gilene Leal Santana/Geisielle dos Santos Silva.

Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 05,

pp. 103-115, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959.