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NOTÍCIAS

10-07-2014

Acréscimo na LDB/96 obriga a exibição de filmes de produção nacional nas escolas de educação básica

A exibição de filmes nacionais nas escolas da educação básica agora faz parte da Lei de Diretrizes e Bases (9.394/96). A inclusão foi publicada na última sexta-feira, 27 de junho, no diário oficial da união. O artigo estabelece que seja dedicada pelo menos duas horas mensais a exibição de filmes nacionais nas escolas, como complemento à proposta pedagógica. Sua relevância se dá como um meio de incentivar o acesso à cultura brasileira aos alunos, até mesmo porque há um grande número de filmes com potencial pedagógico e com temas transversais.

 

A mudança também valoriza a produção cinematográfica brasileira que, em geral, produz curtas e longas metragens que têm potencial pedagógico. O Brasil tem uma grande produção de filmes, somente no circuito comercial em 2013 foram cerca de 120 longas-metragens nacionais lançados segundo dados da Ancine.

O Curta na Escola já vem fazendo essa ponte entre a produção nacional e as escolas desde 2006. No site estão disponíveis mais de 300 curtas metragens com potencial pedagógico que podem ser assistidos gratuitamente online. “Sua curta duração, aproximadamente 15 minutos, faz do curta-metragem o formato ideal para utilização em sala de aula, permitindo que os filmes sejam aplicados como “porta de entrada” de um assunto, fonte adicional de informação, motivação para debater um tema ou para “coroar” o final de um projeto”, conta Julio Worcman, diretor do projeto, sobre o potencial pedagógico dos curtas-metragens.

Para apoiar o uso dos curtas pelos professores, também foram produzidos planos de aula que exploram a temática do filme. A plataforma disponibiliza um espaço de vivência para que professores compartilhem suas experiências com uso de filmes nas salas de aula e comentem os filmes disponíveis.

“Independente da Lei o Curta na Escola já tem incentivado e colaborado para que professores possam exibir filmes nacionais nas escolas, contribuindo com o trabalho pedagógico de docentes. Agora esperamos ajudar ainda mais estes educadores e contribuir com a qualidade das atividades realizadas na escola”, conta Mary Grace Andrioli, diretora do Instituto Paramitas e coordenadora pedagógica do Curta na Escola.

Além de poder assistir os filmes online, as escolas podem adquirir a Coleção Curta na Escola, formada por três seleções de curtas metragens que acompanham planos de aulas norteando a utilização deles na sala de aula.

A formadora de educadores na rede ensino de São Bernardo o Campo, em São Paulo, Eliana Cândida Pereira incentiva que professores usem filmes nas suas aulas, mas faz um alerta para que professores tenham propostas inovadoras usando filmes para tratar de temas tradicionais. “As possibilidades de uso do cinema na escola são inúmeras, já que ocorrem muitas conexões com Literatura, História, Artes e Temas Transversais. Não é novidade que podemos falar das possibilidades de uso de filmes em qualquer contexto educacional. Mas apresentar um filme como forma de ilustrar um conteúdo de forma tradicional pode se mostrar tão ineficaz quanto à adoção de alguns livros didáticos. Essa é uma questão urgente que exige criatividade, ousadia, experimentação, o que, normalmente, nos deixa inseguros. Como todas as ações em Educação, um trabalho de troca e reflexão entre educadores promove a ampliação das possibilidades didáticas de uso das obras”, analisa Eliana.

(Por Jussara Caetano)