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NOTÍCIAS

01-12-2011

Como tratar a tragédia com crianças

As crianças são curiosas e estão atentas a tudo. Além disso, estão sujeitas a escutarem notícias terríveis no rádio ou assistirem a cenas chocantes na televisão.

A verdade é que é quase impossível evitar que nossas crianças tenham contato com as barbaridades que acontecem em nossa sociedade.

A última delas, o caso do atirador que matou e feriu diversas crianças dentro de uma escola, causou entre os pequenos comoção e medo… muito medo.

O que nós, adultos, pais, professores, podemos e devemos fazer? Simplesmente agir como se nada tivesse acontecido é, no mínimo, um desrespeito aos sentimentos destas crianças. Algumas verbalizam, perguntam detalhes, querem saber se esses fatos podem acontecer com elas também.

A estas, daremos explicações, tentaremos convencê-las de que estão protegidas. Mas existem aquelas crianças que não sabem verbalizar a angústia que estão sentindo, ou que não se sentem seguras em abordar o assunto, tão grande é o medo, que as imobiliza.

Então, fica aqui uma sugestão: o assunto precisa ser trabalhado em casa e nas escolas. As crianças já vivem assustadas com a montanha de recomendações que recebem dos familiares que, por puro instinto de proteção, mostram o quão perigoso é sair nas ruas, conversar com estranhos etc.

Agora, se começam a achar que até na escola, reduto onde se sentem livres e tranquilas e onde podem ousar, testar e existir como seres sociais, precisam se “proteger” e estar em alerta constante, restará pouca energia para praticar aquilo que elas mais sabem fazer bem: aprender.

Por mais que nos pareça estranho, até esses assuntos precisam ser trabalhados com delicadeza, bom senso e respeito que estes estudantes merecem.

Teresa Cristina Jordão, é psicológa, mestre e doutoranda em Educação, pesquisadora na área de formação de professores para o uso seguro da Internet e Diretora de Pesquisas e Educação a Distância no Instituto Paramitas.