05-12-2012
A lei 12.485, aprovada no mês de setembro deste ano no Congresso Nacional, determina que os canais brasileiros de televisão por assinatura exibam curtas-metragens por meio de cotas. Os filmes exibidos devem ter no máximo 25 minutos de duração, pois quando o vídeo excede este tempo, ele é considerado um média-metragem. A norma foi uma ótima notícia para os cineastas brasileiros e abre a possibilidade para novos produtores do gênero divulgarem o seu trabalho.
“É um “caminho sem volta” no bom sentido. A lei obriga a criação de um segmento de mercado no país para ser preenchido pelas próprias produções nacionais, ou seja, a criação do espaço de veiculação se torna algo irreversível. Com isso, fabrica-se uma demanda que precisa ser suprida, estimulando-se a produção audiovisual e gerando mais empregos”, explica o cineasta Guilherme Gil.
A estudante de cinema recém-formada Julia Dimitrow enxerga o regulamento como uma oportunidade de sair do anonimato. “Curtas-metragens existem aos montes. São milhares por ai espalhados pela internet aguardando serem clicados, como se deixados empoeirar numa estante num corredor vazio de uma biblioteca. A grande maioria concorre em festivais, mas quem realmente os vê? Ao longo dos anos foram vistas tentativas falhas de dar aos curtas uma visibilidade maior. O que o público precisa enxergar é que eles também são capazes de construir grandes personagens e belas histórias. No meu ponto de vista, ainda existe um preconceito sobre eles que precisa ser quebrado. Mas uma vez que são inseridos na televisão, por este ser um meio de fácil acessibilidade, a lei é um passo (ainda que pequeno) para que os curtas-metragens sejam vistos com bons olhos por qualquer tipo de público.”
A nova norma de fato foi colocada em prática. Tanto que já foi colocado no ar o canal “Curta!”, direcionado apenas a este tipo de conteúdo. Ele está sendo transmitido pelas operadoras Net (canal 113), Claro TV (69) E Oi TV (76).
Fonte:
(Por: Mauro Castro)
