Facebook Twitter Google Plus

NOTÍCIAS

13-06-2012

John Moravec da Universidade de Minessota fala da sociedade 3.0

A palestra do professor Moravec aconteceu na Argentina e foi transmitida via streaming no  Encontro presencial do Brasil e demais países participantes do Encontro Internacional de Educação da Fundação Telefônica | Vivo, que conta com a Produção executiva do Instituto Paramitas, seguida de um debate com especialistas brasileiros.

No dia 31 de maio, estiveram presentes no auditório da Telefônica | Vivo em São Paulo grandes nomes da educação e tecnologia que, logo após a palestra de Moravec, abriram um debate conduzido pela gerente de Educação, Cultura e Juventuda da Fundação Telefônica | Vivo Mílada Gonçalves, o jornalista Luiz Algarra, o gerente de educação e inclusão digital do CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) Luciano Maia Lemos e Sonia Bertocchi, consultora em educação da Ideário Digital.

John Moravec, doutor em educação, consultor, pesquisador e professor da Universidade de Minessota, trouxe ideias e conceitos que identificam as novas habilidades requeridas no mercado de trabalho da sociedade 3.0. Descatou também em sua fala elementos essenciais para compreender a transição da sociedade industrial até a sociedade atual do conhecimento e da informação.

Palestra de John Moravec transmitida ao vivo

 

Ao falar de sociedade 3.0, John Moravec conceitua uma mudança de paradigma determinado pelas transformações sociais que estão ocorrendo na era digital, de maneira “caoticamente ordenada”, em suas próprias palavras.

“As nossas visões de mundo não são mais determinadas por nós”, explica Moravec. “Antigamente costumava ser assim, o seu avô era padeiro, o seu pai era padeiro, então era esperado que você também fosse um padeiro e, provavelmente, o seu sobrenome refletiria esta profissão. Agora as pessoas são instigadas a criar suas visões de mundo, seu próprio lugar no mundo, a fazer suas próprias contribuições.”

O palestrante destacou que “buscamos conhecer o futuro porque não temos ideia do que fazer com o presente.” Segundo ele, a aplicação contextual do conhecimento é uma das coisas mais importantes para se obter sucesso na educação, pois, como o conhecimento é diversificado, não se pode organizá-lo de forma hierárquica (vertical). Hoje em dia, as relações de conhecimento são mais horizontais.

Segundo Moravec, a casualidade não é mais linear como costumava ser, isto é, as pessoas não seguem apenas uma carreira profissional por toda a vida, e sim desejam aprender várias funções e de várias formas possíveis, muitas vezes até sozinhas.

Estas pessoas são as que trabalham no paradigma 3.0 e gostam de ser chamadas de “knowmads”, um termo criado pelo próprio John Moravec e que significa indivíduos que “conseguem trabalhar praticamente a qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer um.”

Moravec enumerou algumas características para definir este novo perfil profissional:

 

Após exposição das ideias de John Moravec, foi aberto o debate no auditório da sede da Fundação Telefôniva | Vivo. Cada um dos participantes que estavam à frente apresentou um tema específico que foi discutido com a plateia em seguida.

O jornalista Luiz Algarra falou da importância da experimentação, do erro e do acerto, do caos e da incerteza, como um exemplo da dinâmica mais adequada para se adaptar ao que está acontecendo no espaço social, tecnológico, profissional e educacional.

Luciano Lemos destacou a velocidade da tecnologia e a preocupação um tanto sufocante com o futuro. Também trouxe para a discussão a palavra “inovação” que tornou-se, nos últimos anos, um tema bastante importante e que vem gerando desenvolvimento econômico e social.

O debate com Sônia Bertocchi, Luiz Algarra, Luciano Lemos e Mílada Gonçalves

 

Mílada Golçalves falou sobre a espontaneidade e estar aberto a mudanças em consequentemente, ao erro, não ficar preso somente a um determinado sistema, saber improvisar. No entanto, é preciso um pouco de maturidade para vencer a ansiedade, para enfrentar determinadas situações. É importante poder transitar no caos e na incerteza, mas até que ponto os professores estão imbuídos dessas competências para poder organizar uma atividade educativa e proporcionar um aprendizado para os seus alunos.

O debate foi aberto para perguntas e colocações da plateia que levantou questões interessantes como a de Márcia Padilha que sugeriu que o conhecimento produzido neste debate possa rerveberar em opinião pública, pois são pensamentos profundos e de qualidade. Segundo ela, seria ideal que as pessoas compartilhassem seus conhecimentos, conversassem com outros profissionais conhecendo seus projetos, enfim, a troca de informações, hoje em dia, é essencial para a educação.

Os condutores do debate: Sônia Bertocchi, Luiz Algarra, Luciano Lemos e Mílada Gonçalves

 

Samara Werner trouxe a questão de que os alunos, enquanto crianças, até gostam da escola, mas os adolescentes não gostam mais, eles veem a escola como um ambiente para se fazer amigos, uma questão social. E daí se vem a ideia de trazer para o dia a dia da escola destes jovens a liguagem deles, o que eles gostam, para que a escola não seja apenas uma questão social e que possa agregar mais do que isso.

O artista visual Vinícius de Assis fez ilustrações durante todo o debate representando os temas falados.

 

Assista à apresentação de John Moravec na íntegra.


Assista ao debate com Sônia Bertocchi, Luiz Algarra e Luciano Lemos





(Texto de Renata Mandelbaum Altman e Cláudia Levy. Fotos de Cláudia Levy)