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NOTÍCIAS

24-05-2012

Encontro Internacional de Educação - Chat com Luiz Algarra

No último dia 22 de maio, terça feira, dentro das atividades do Encontro Internacional de Educação 2012 – 2013, promovido pela Fundação Telefônica | Vivo com a produção executiva do Instituto Paramitas, apresentou o chat-debate com o jornalista e professor Luiz Algarra.

O tema central, sociedade, educação e trabalho, foi discutido em tempo real a partir das 16 horas (horário de Brasília) e contou com 25 participantes do Brasil, Argentina e Espanha.

Breno Trautwein, de Blumenau (SC), levantou a questão “educação como formação ou doutrinação”, e Luiz Algarra deu início ao chat explicando que “na configuração social em rede, a possibilidade de doutrinação fica cada vez mais difícil, considerando a rede como uma oposição ao broadcasting.”

Dentro do tema principal do Encontro Internacional de Educação, a grande questão: “Como deveria ser a educação para o século XXI?”. Luiz Algarra responde: “A educação para o século XXI já ocorre. Talvez a questão seja quando as instituições se darão conta disso e começarão a incorporar este cenário no design de seus processos de aprendizagem?”

 

Tecnologia na educação

É fato que as escolas privadas têm mais facilidades para as tecnologias digitais do que as instituições de ensino público? Sônia Bertocchi dá o exemplo da escola pública Campos Salles, localizada da favela de Heliópolis, uma comunidade carente de São Paulo, onde foram feitas mudanças até físicas (como “derrubar paredes” da escola) para que as tecnologias chegassem até professores e alunos.

Segundo Mary Grace Andrioli, uma pesquisa recente mostra que há muitas escolas públicas que superam as instituições privadas no acesso às tecnologias. Luiz Algarra completa: “O ensino privado responde ao cenário da competição de mercado, por isto está um pouco mais atualizado no uso das TIC. Mas o essencial, que é trazer para a escola o espaço horizontal da aprendizagem em rede, ainda é um tabu.”

Na fala de Sonia Bertocchi, “as escolas privadas só têm mais dinheiro, no geral a mentalidade é a mesma, não se vê inovação pedagógica.” Luiz Algarra defende a tese de que a revitalização das escolas seria um processo histórico gradual, pois a resistência é enorme. Para Sonia Bertocchi, essas mudanças já deveriam ter sido feitas, acompanhando a evolução das tecnologias.

Cybele Meyer acredita que toda mudança que a escola deve fazer exige tanta burocracia que acaba chegando quando a inovação já não existe mais. Alguns participantes comentaram que um dos maiores problemas não é a mudança na tecnologia em si, mas sim, e talvez principalmente, uma mudança pedagógica.

É aí que entram as instituições, como o parceiro executivo Instituto Paramitas, que apoia inciativas de empresas, prefeituras e OMGs que trabalham com a formação de educadores para o uso das tecnologias, pois não basta ter os mais modernos recursos nas escolas, e sim como aproveitá-lo de maneira pedagógica dentro das salas de aula.

 

Tecnologia na sociedade

É importante também que a escola veja a tecnologia de dentro para fora da insituição, na opinião de Sonia Bertocchi e de Mary Grace Andrioli, ou seja, é possível sim, hoje em dia, aprender sobre tecnologias fora das salas de aula. Os educadores então fariam o processo inverso, de levar as tecnologias para dentro das escolas, promovendo o acesso.

Luiz Algarra comenta que as tecnologias não trazem a resposta para tudo, por exemplo. Ainda há acessos restritos no ambiente escolar que, na opinião de Daisy Grisolia, só faz os jovens estudantes criarem comunidades ou blogs fora dos muros escolares.

Aqui, o papel da escola é importante, não como “controladora” da tecnologia, mas sim de mostrar o potencial de aprendizagem que as redes sociais, por exemplo, podem oferecer aos estudantes. Não adianta um professor proibir os alunos de usarem as redes sociais para criar um projeto, se ele próprio possui um perfil em cada uma dessas redes.

 

Tecnologia no trabalho

O jovem de hoje busca informações na internet, aprende sobre as tecnologias de forma autodidata, e, assim, os empregos estão mudando. Estão surgindo novas profissões conforme as demandas da tecnologia, como o gestor de redes sociais, por exemplo, que deverão pressionar as instituições para uma nova proposta de educação.

Os jovens de hoje são autodidatas e é mais comum as empresas considerarem o que essa pessoa “sabe” fazer do que “onde” ela estudou. Há até empresas ignoram as certificações e preferem pesquisar o perfil dos candidatos nas redes sociais, ou mesmo conhecer suas habilidades com as tecnologias.

“Muitos jovens já estão usando a experimentação como alavanca de formação profissional”, comenta Luiz Algarra, “e o empreendedorismo como dinâmica de construção de novas profissões.” Algarra destaca uma frase que define o jovem profissional de hoje: “Não mais trabalhar para as pessoas, mas com as pessoas”. É a colaboratividade.

 

Fique ligado na programação do Encontro Internacional de Educação 2012 – 2013 e participe das atividades!

Acesse o blog de Luiz Algarra.

 

(Por Cláudia Levy e Renata M. Altman)