Você consegue imaginar como seria uma pessoa que tenha passado a vida inteira sem acesso a recursos “básicos” como carros, televisão, celulares, computadores? Digo básicos pelo nosso ponto de vista. Para nós, que estamos acostumados a estas facilidades de uma cidade grande como São Paulo, cujas quais não conseguimos viver sem, parece inconcebível que uma pessoa consiga “sobreviver” da maneira mais simples possível.

Pois assim foi a vida do poeta Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré (1909-2002). O apelido Patativa vem do nome de uma ave cujo canto é comparado à sonoridade de sua poesia, e Assaré, a cidade no sertão do Ceará onde o poeta nasceu.

Vindo de uma família bastante humilde, os desafios começaram muito cedo na vida de Patativa. Ficou cego de um olho ainda menino, e após a morte do pai, quando tinha apenas 8 anos, passou a ajudar a mãe na lavoura. Teve de parar os estudos bastante jovem e começou a escrever seus primeiros repentes aos 12 anos.

Começou sua carreira no rádio, declamando seus poemas, e por meio dessas participações foi descoberto por seu talento e conseguir publicar alguns livros e coletâneas. Mas a intenção do repentista, mesmo sendo reconhecido no Brasil inteiro e tendo recebido vários prêmios e honoridades, nunca foi buscar a fama, e Patativa continuou morando no interior do Ceará.

Este documentário-animação conta a história da vida e obra de Patativa do Assaré, e é narrado por ele mesmo, com o texto de seus poemas e algumas imagens dele próprio em sua cidade natal.

“Patativa é o autêntico poeta popular, das ruas, que encanta e fala a língua que está ao alcance de todos. Sua rica produção é, além de tudo, crítica, como deve ser a fala do artista, do homem das letras, daquele que rima de olho no mundo em que está inserido.” (Portal Curtas)

O poeta na porta de sua casa no interior do Ceará

Cena do curta “Patativa”

 

Ficha do filme

Gênero: Animação, Documentário

Diretor: Ítalo Maia

Ano: 2001

Duração: 10 min

País: Brasil

Produção: Guirlanda de Castro Fotografia: Roberto Iuri, Fernando Micelo Roteiro Ítalo Maia, Quiá Rodrigues, Guirlanda de Castro Edição: Flavio Zihel Som Direto: Lênio Oliveira Direção de Arte: Quiá Rodrigues Animação: Ítalo Maia, Quiá Rodrigues, André Dias, Paulo Ítalo, Ricardo Juliani Trilha original: Adauto Oliveira

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(Por Cláudia Levy)